domingo, 30 de janeiro de 2011

EU, NATUREZA


Nasci de puras minas
Corro nascente limpida
Sou águas cristalinas
De verde mata infinda

Sol me aquece, evaporo
Algodão de nuvens me torno
Em chuva caio, imploro
Ao rio calmo retorno

Percorro doces recantos
Sombra de árvore frondosa
Pássaros alegres e cantos
Saúdam natureza bondosa

Das águias sou alimento,
Rastejante e sinuosa,
Sou em tudo teu lamento,
Serpente  não perigosa

Fixa no solo sou bela flor,
Doo seiva a pássaros sedentos,
Chamados são beija-flor,
Distribuindo beijos aos ventos

Sempre quis ser natureza
Na essencia e belas cores
Não pensar, mas ter nobreza
Da vida, ter só  sabores!
 
 
 

TATUADO EM MIM





Te possuí, com fúria de amante
Me consumiu em leito sem cetim
Espinhos na carne encravaste
Ainda te sinto colado em mim

Agora choro pois foste embora
E tatuaste teu corpo em mim
Sempre te vejo a qualquer hora
Esse martírio não vai ter fim

E o amor borbulha em ódio
Pois te desejo, não estás aqui
Me chamas, só não entendo
Porque te foste, volte pra mim

Nessa agonia, corpo padece
Fardo pesado sem esperança
Na boca gosto que enlouquece
E na memória só a lembrança
 
 
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sábado, 29 de janeiro de 2011

QUERER SOLITÁRIO


 Te vejo com os olhos da alma
Te toco, sem que me sintas
E assim te sorvo com calma
Medo talvez... nao permitas

Te quero em noites chuvosas
Em sonhos te chamo, silencia
Solidão e dor são pavorosas
Só você, pra tirar melancolia

Desejos que minha pele exala
Te dispo com magia e pudor
Respiro a essencia que cala
E sugo dos lábios vinho sabor

Te tenho em minh'alma a sorrir
Mas foges, tão só permaneço
Não quero que venhas por vir
Te quero, não assim...agradeço!

 

RENASCER DAS CINZAS




Porque o azul do céu empalidece?
Dúvidas levam consigo as certezas
E o encobre com nuvens... escurece
Melhor luz e vento sem impurezas

Tempestades arrasam as alegrias
Enxurradas de incertezas, agonia
Coração aperta e desfaz magias
Vida sem sentido, foi-se harmonia

Andar solitário e triste em noite fria
Perde o rumo e grita a melancolia
Foi tão pouco o tempo, companhia
Se desfaz em raios, pura nostalgia

Na ilusão cega, podre e sem verdade
Imaginários desejos viveu embalada
Não encherga o óbvio, pura vaidade
Realidade dura como pedra lascada

Mas em prantos se reergue fortaleza
Pois precisa seguir trilha mesmo só
Não se abate com dores e aspereza
Acostumou-se nascer das cinzas e pó!







sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

SONETO DO ENCONTRO



Caminho em raios de luz viajante
A lua que embala sentindo o furor
Sacia os beijos, verso cala, sabor
Entregue aos braços puro amante

Se cumpre enfim a doce quimera
Criada em noites sombrias de dor
Espera e anseios de louco amor
Transposto abismo, longa espera

Mãos estendidas, afagos e carícias
Tocando alcança e incendeia a flor
Entrega, não foge, oferece amor
Em confissões, sussuros e malícias

Unidos corpos, corações se libertam
Ode renasce e vidas se completam



FALTA TUDO





Não sei mais quem sou,
Mergulhada entre quatro paredes
Me perco em notas musicais,
Me alimento de versos citados
Busco você ao meu lado...do lado
E encontro somente o vazio,
Naquela metade que seria sua;
Só o desejo do cheiro e calor,
O toque na flor, amor e fulgor,
Quanto desejo cravado na carne
E esse grito que não é ouvido;
Lá fora trovão e a chuva caindo
E eu só, perdida nessa solidão;
Ouço você em tantos sons agora,
Te vejo em tantos versos escritos
Desabafos e desejos meus...e seus;
Mas tocar-te, ouvir-te, não posso,
Me encho de medos e morro de frio
Nessa ausência sufocante que dói,
Essa falta preenchida do vazio,
O vazio que enche essa vida,
Essa vida vazia em que tudo falta!

FOGO DO AMOR


Na chama desses versos
Vivo imergida em quimera
Desejos da carne confessos
Na sede da alma que espera

O fogo incinera os sonhos
Fumaça os leva, mensagem
Certezas de tudo que somos
Corações, desejos, imagens

Afirmo estou viva em brasa
No incêndio causado por ti
Palavras que corpo abrasa
Nem chuva apaga o sentir
`
Pois venhas sem receio
Te queimo no fogo paixão
Viverás nos braços anseio
Fogueira de amor arderão






ESTAR CONTIGO





Empresto meus olhos à lua
Assim te vejo em distância
Temo não possa ser sua
Mas tens minha constância

Dou-me toda, imenso mar
Assim te envolvo inteiro
Balanço e refrigério, amar
Em meu barco marinheiro

Meu calor empresto ao sol
Para aquecer sem tocar-te
Se és peixe, isca e anzol
Desse amor alimentar-te

Empresto firmeza ao solo
O quero amparado e firme
Se cansas, acolho em colo
Te embalo antes de ir-me!




quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

AMOR PRÓPRIO

De um passado destruido
Tempo perdido, ampulhetas
Ao desamor foi atribuído
Desenganos, caem muletas

Mas águas de rio imenso
Não voltam do mar à nascente
Recomeço de vida só penso
Se outro amor for presente

Esse amor que me refiro
Que plantado em solo nobre
Crescerá em mim, prefiro
Será completo, mesmo pobre

Estarei só, porém feliz
Sentimento puro e sóbrio
Pois tudo que sempre quiz
Reaver  meu amor próprio!